Para literatura não há idade certa...

segunda-feira, setembro 09, 2013


Dia desses fui buscar minha irmã no colégio. Enquanto esperava, impacientemente, no portão, desceram dois meninos de provavelmente nove ou dez anos, disto não passava, conversando. E eu acabei ouvindo a conversa, "por acaso!" Risos.

Um deles disse: 'cara, você tem que ler esse livro de ficção que peguei na biblioteca, a história é muito boa, parece que você está lá dentro assistindo tudo.' o outro respondeu: 'sim, depois vou procurar, peguei um nesses dias muito bom, depois te empresto!"

Quero confessar que fiquei perplexa e fascinada ao ver que ainda há crianças nesse planeta que se interessam por leitura. Isso me fez lembrar do meu primário. Eu era tímida, por demais, mas amava livros, participava de concursos de desenhos, poesias, contos.

Lembro-me de um que participei na quarta série, na época tinha nove anos. O concurso era sobre o Dia Nacional do Livro Infantil, comemorado no dia 18 de abril, no caso tínhamos que fazer um desenho ou uma redação em homenagem a Monteiro Lobato, nascido no mesmo dia que se comemora (que por curiosidade era o colégio levava o nome do mesmo).

Sempre que descia a escada para ir embora dava uma passadinha no mural para ver as novidades, e li sobre o concurso, só que atrasada: faltava só um dia para a entrega. Cheguei em casa correndo para fazer o desenho. Fiz das mais reconhecidas obras de Monteiro, o Sítio do Pica Pau Amarelo. Porém, não contentei-me apenas com o desenho e escrevi uma pequena história para acompanhá-lo.

No dia seguinte fui direto entregar na biblioteca. Ufa, cheguei a tempo. Algumas semanas depois saiu o resultado, já até tinha esquecido, quem me informou foi uma amiga, dizendo: 'Claudiane, eu vi seu nome no mural!'. A curiosidade foi tanta que fui logo conferir. E não é que estava lá, e ainda por cima em primeiro lugar!

A emoção foi tanta, maior ainda quando recebi o prêmio: "Livros". Eram mais de vinte livros. Tinha de crônicas, poesias, contos etc. Envolvidos por um plástico transparente amarelo com um laço lindo de fita vermelha em cima. Lembro-me como se fosse hoje. Nem cabiam na mochila, tive que levar em mãos mesmo.

Aqueles livros eram para mim como um troféu. Lia e relia. Me envolvia nas histórias, nas poesias e aprendia o quão vasto e fascinante é o mundo das palavras. Até hoje guardo estes livros na pequena estante em meu quarto. Sempre quando olho para eles, me recordo da menininha de nove anos, tímida, mas que adorava participar de concursos no primário.

Claudiane Almeida

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